sábado, 29 de abril de 2017

REFLEXÕES SOBRE AS SONATAS ETC

REFLEXÕES SOBRE AS SONATAS ETC

ROGEL SAMUEL

Quase não são obras separadas, individualizadas. As 32 Sonatas de piano de Beethoven parecem ter uma sequencia, uma estrutura só, como se fossem a continuação de uma só obra.
Eu as ouço há tantos anos, e somente agora começo a compreendê-las.
Para mim, o melhor intérprete é Arthur Schnabel.
Meu pai tocava uma delas, e eu tinha uma fita cassete em que ele tocava a 14ª. Depois de sua morte não mais tive coragem de ouvi-la (pois era possível também ouvir sua voz e era como se ele saísse do túmulo). A gravação se perdeu.
Lembro-me de que o meu amigo Nathanael Caixeiro ouviu a gravação, e teceu comentários pianísticos sobre a execução, disse que era uma interpretação e uma técnica antiga, desusada nos nossos dias.
Nathanael já é falecido, era um excelente músico, tocava em orquestra, violinista, tinha uma coleção de violinos em casa, apesar de pobre, professor do Estado (onde o conheci), professor da Gama Filho (de Idéias Contemporâneas), poliglota e tradutor. Traduziu muitos livros da Zahar, da Vozes etc.
Nathanael também era pintor excelente, onde assinava “Petit Grand”, em referência à sua pequena altura.
Foi um dos meus grandes amigos.
Devo a ele a publicação do meu “Manual de teoria literária”, pois foi ele quem levou os originais para a Editora Vozes, insistiu que o publicassem, e assim foi. Tivemos 14 edições.
E hoje estamos na 6ª do “Novo Manual de teoria literária”. Natha ficaria feliz, com isso.
Eu tocava piano aos 5 anos de idade. Mas não gostava. Abandonei. Meu pai me ensinava.
Ele aos 5 fazia parte do coro infantil de sua escola, em Strasburg.
Um dia, começaram a ensaiar exaustivamente um Hino, até que chegou o dia e a professora disse: “quando o Maestro fizer assim pra vocês, vocês ataquem o Hino...”

Meu Deus, era a Nona Sinfonia de Beethoven!

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